sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Estórias passadas

Mais uma vez atendo o telefone da minha casa e a pessoa nada diz. Já tornei-me intima, coloquei o apelido de mudinho, uma forma carinhora de tratar alguém que me liga semente e nunca diz nada, na bina parece só o número onze, que significa número restrito.
Antes ligava de vários números de DDD diferentes, a cobrar de celular com DDD 032.
A pessoa liga em horários e dias diferentes, creio que é para saber quando tem alguém em casa.
Ao mesmo tempo Hackearam meu orkut, claro que era alguém que me conhecia e que saberia as possibilidades de senha sem precisar pensar muito. Excluíram o pobre coitado.
Criei novo orkut, e pasmem que a pessoa tentou buscar a minha senha, claro que não é nenhum hacker, é um sortudo que sabia onde buscar minha senha.
Já fiquei fula da vida, mas hoje acho até divertido. Alguém quer ouvir, acho até divertido.
Alguém querer ouvir a minha voz.
Alguém que me conhece, e que sente a minha falta. A única forma de falar é me agredir. Sim, agredir, vai me dizer que ligar para a outra pra não dizer nada não é agressão? Como se a outra pessoa não fizesse nada para ninguém.
Hackear e excluir somente o meu orkut, o que tinha nele que era tão ruim assim?
Conclui que é para me afetar, para chamar a minha atenção.
O que me leva a pensar. Quem gostaria de chamar a minha atenção?
Sei quem é, mas se eu for falar vai jurar de pé junto que não. Como já aconteceu quando nos conhecemos.
Hoje tenho consciência de que encerrei mais um capítulo do meu livro de estórias, O capítulo do telefone.
Sinto muito se essa pessoa não tem coragem de conversar e se satifaz em só ouvir a minha voz. Quero paz, trocarei de email do orkut, colocarei desenhos no meu nome, assim dificulta a busca e ainda trocarei meus números de telefone.
E assim, terei paz para poder dizer, mas uma página escrita, porém virada.

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