
Não sei como escrever essa página, sinto as palavras fugindo de mim.
Como se não houvesse maneiras de codificar os pensamentos, sentimentos.
É tudo muito novo, às vezes um pouco embaçado, sem nitidez, e no mesmo instante, há tanto clareza, acho que lucidez é a palavra mais adequada.
Sinto tanta certeza do que quero, do que me assusta, temo!
Tenho medo de acordar, ou de transformar o belo sonho em pesadelo.
E ás vezes, apenas me vejo caminhando por estradas com folhas secas nos canteiros, roseiras sem brotos, espinhos sem fio, sol sem calor, nuvens sem pingos de chuva, e chuvas que não molham, ventos que não bagunçam meus cabelos.
Outrora, vejo-me seguindo a beira mar; a brisa; as ondas; a areia; gaivotas, uma pipa ao horizonte, e a longe um barco seque remando, dando sequência a sua existência.
E há momentos, que me sinto como um deserto em meio ao mar e um mar em pleno deserto, ou uma gota no oceano, ou um grão de areia no deserto.
Só no domingo é que me sinto um oceano no oceano e um deserto no deserto, sem fragmentações, sem misto, sem metáforas: apenas EU e o domingo!
E ao fim, digo: Mais uma página escrita!!!!!
Quil, 30/11/2008.